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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Santa Paciência



Querendo a consulta marcar
Na caixa de previdência
P’lo que eu tive que amargar
Tenham santa paciência

Fui p’ra lá de madrugada
P’rá bicha mesmo ao relento
Com a chuva batida a vento
Fiquei logo constipada
Com a garganta muito inchada
Apanhei uma ponta de ar
Fiz força p’ra respirar
Com tamanha farfalheira
Deu-me então p’rá caganeira
Querendo a consulta marcar
            
Não me valendo de nada
‘Inda me pus a correr
Nada havia que fazer
Já estava toda borrada
Com a racha toda assada
Fedorenta paciência
Dentro da minha inocência
Quis voltar p’ró meu lugar
Ainda tive que brigar
Na caixa de previdência
            
De certo cheirava mal
Até eu me agoniava
Toda a gente se queixava
Mas ninguém era afinal
Só que o meu hemorroidal
Arrebitou-se a espreitar
Dava ganas de coçar
E eu sem lhe puder mexer
Só me fazia encolher
P’lo que eu tive que amargar
                                                                                                                
E à espera que abrisse a porta
Naturalmente cansada
Às tantas caio desmaiada
Disseram que eu estava morta
Já muito a gente suporta
Mas vejam esta ocorrência
P’ró hospital fui de urgência
E acordei numa aflição
Entre as tábuas de um caixão
Tenham santa paciência 

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