Já
corri tanto vidente
O
que eles diziam ao certo
Todos
peremptoriamente
É
que eu tenho o cofre aberto
Já
rezei por tanta alminha
Alumiei
tanta luz
Conversei
com o padre Cruz
Falei
com Santa Teresinha
E
também com a Sãozinha
Afinal
porque sou crente
E
ao sentir-me então doente
Andei
por esses confins
Falei
com o Sousa Martins
Já
corri tanto vidente
Cada
qual sua receita
Fiquei
de ouvir tanta missa
Que
parecia uma noviça
P’ra
curar minha maleita
Mas
não me punha direita
Como
areias no deserto
Não
se dava descoberto
Nem
era da sinusite
A
falta do apetite
O
que eles diziam ao certo
Tanta
reza e oração
E
a bênção das rouparias
Também
das fotografias
Com
toda a defumação
Tive
uma palpitação
Que
podia ser vidente
Pois
se eu efectivamente
Já
tinha conhecimentos
P’ra
fazer os tratamentos
Todos
peremptoriamente
Nada
tenha que aprender
Amoníaco
e sal
O
incenso corta o mal
Alecrim
é bom de ver
Cânfora
p’ra precaver
Pois
que um espirito é incerto
E
se andam sempre por perto
Mesmo
que tenham bom fundo
São
almas do outro mundo
É
que eu tenho o cofre aberto
Ilustração/Arte Miguel Matos
Ilustração/Arte Miguel Matos
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