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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Já Corri Tanto Vidente




Já corri tanto vidente
O que eles diziam ao certo
Todos peremptoriamente
É que eu tenho o cofre aberto

Já rezei por tanta alminha
Alumiei tanta luz
Conversei com o padre Cruz
Falei com Santa Teresinha
E também com a Sãozinha
Afinal porque sou crente
E ao sentir-me então doente
Andei por esses confins
Falei com o Sousa Martins
Já corri tanto vidente

Cada qual sua receita
Fiquei de ouvir tanta missa
Que parecia uma noviça
P’ra curar minha maleita
Mas não me punha direita
Como areias no deserto
Não se dava descoberto
Nem era da sinusite
A falta do apetite
O que eles diziam ao certo

Tanta reza e oração
E a bênção das rouparias
Também das fotografias
Com toda a defumação
Tive uma palpitação
Que podia ser vidente
Pois se eu efectivamente
Já tinha conhecimentos
P’ra fazer os tratamentos
Todos peremptoriamente


Nada tenha que aprender
Amoníaco e sal
O incenso corta o mal
Alecrim é bom de ver
Cânfora p’ra precaver
Pois que um espirito é incerto
E se andam sempre por perto
Mesmo que tenham bom fundo
São almas do outro mundo
É que eu tenho o cofre aberto



Ilustração/Arte Miguel Matos


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