Procuro a
inspiração
Pois continua
fugida
E ando nesta
solidão
De quem se
sente perdida
Talvez numa
desgarrada
À minha prima
Umbelina
Apanhe o fio à
meada
Como se fosse a
brincar
Tal como a
velha Albertina
Se punha a poetizar
(Albertina)
Rica prima,
enviuvaste
E tal e qual
como eu
Nem nunca mais
te casaste
Desde que ele
te faleceu
(Umbelina)
Desde que ele
me faleceu
Pois assim me
conservei
Vou p’rós
braços do Morfeu
P’ra me poder
recordar
Desde que
enviuvei
Ai passo a vida
a sonhar
(Albertina)
Passas a vida a
sonhar
E eu passo a
vida acordada
Ponho-me então
a pensar
Talvez fosse
divertido
Se eu cá
estivesse casada
Com um tal
outro marido
Pode parecer um
prenúncio
De me aparecer
pretendente
Então cá vai um
anúncio
Já que o meu
Joaquim morreu
Procuro um tipo
decente
Que tenha algo
de seu
Por sinal seja
abastado
Detesto gente
sovina
Nem sequer
remediado
Com uma bela
reforma
E que estime a
Albertina
Pois que esteja
em boa forma
Pronto prás
curvas ainda
E também seja
charmoso
Tenha uma saúde
infinda
E seja um tipo
jeitoso
Quanto mais
novo melhor
Pois pra velha
estou cá eu
Não vá de mal a
pior
E que tenha um
belo espada
Que seja o meu
apogeu
Que seja uma
boa cartada
Pois gosto de
galderiar
E de comer
sempre fora
Já me fartei de
alombar
Não nasci pra
pobrezinha
Não vejo
chegada a hora
A hora de ser
rainha.
Seja então
apessoado
E que dê um bom
marido
Boneco todo
engraçado
E mesmo que
seja rico
Seja alegre e
divertido
E que toda a
gente o veja
Lá vamos ao
bailarico
E elas mordem-se
de inveja
Como vês prima
Umbelina
Estou pronta
p’ra me casar
Que a ti Maria
Albertina
Pois pra pedir
estou cá eu
Tu, continua a
sonhar
Nos braços do
teu Morfeu
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