AO MIGUEL
Clamei p’la
inspiração
E ela estava
tão ausente
Ausente da
criação
Pus-me afinal
recatada
E tão
silenciosamenteMantive-me então calada
Como tu tão especial
P’ra que eu possa estar contigo
Tem que ser aquele momento
Majestoso e magistral
Na força do sentimento
E podes crer, imagina
Que até já foi fagotista
Em tempos que já lá vão
A ti Maria Albertina
Numa mágica ilusão
E do mar das profundezas
Numa sonância timbrada
Acredita amigote
Reconheço-lhe as grandezas
Na color do meu fagote
Faz-me lembrar por momentos
Na minha imaginação
Conquistas de Portugal
Aquando os descobrimentos
P’lo teu pote oriental
Os lusos navegadores
Espraiados a aventar
Por esse azul coral
Tal pois como os pescadores
Decoram os seus festejos
E afloram o arraial
No anil dos seus desejos
Os segredos, os mistérios
Como que a fantasiar
P’los navegantes nas veias
Essas vagas de impérios
No murmúrio das sereias
Com o teu nobre talento
Deixas-me deliciada
Com a nossa Amizade
Que faço o meu benzimento
P’la nossa prosperidade
Perante dons como os teus
De engenhosa fantasia
E para além dum altruísta
Pois és um anjo de Deus
Já que tens alma da artista
Ilustração/Arte
de Miguel Matos
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