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sábado, 20 de julho de 2013

Ao Miguel IV | Maria Albertina Natividade da Purificação












AO MIGUEL
 
Clamei p’la inspiração
E ela estava tão ausente
Ausente da criação
Pus-me afinal recatada
E tão silenciosamente
Mantive-me então calada

 
Pois por sinal um amigo
Como tu tão especial
P’ra que eu possa estar contigo
Tem que ser aquele momento
Majestoso e magistral
Na força do sentimento

 
Afinal és um Artista
E podes crer, imagina
Que até já foi fagotista
Em tempos que já lá vão
A ti Maria Albertina
Numa mágica ilusão

 
Pois por sinal sou prendada
E do mar das profundezas
Numa sonância timbrada
Acredita amigote
Reconheço-lhe as grandezas
Na color do meu fagote

 
E a tua composição
Faz-me lembrar por momentos
Na minha imaginação
Conquistas de Portugal
Aquando os descobrimentos
P’lo teu pote oriental

 
Que assim rasgaram o mar
Os lusos navegadores
Espraiados a aventar
Por esse azul coral
Tal pois como os pescadores
Decoram os seus festejos
E afloram o arraial
No anil dos seus desejos

 
E o buzio a ressoar
Os segredos, os mistérios
Como que a fantasiar
P’los navegantes nas veias
Essas vagas de impérios
No murmúrio das sereias

 
E como sempre encantada
Com o teu nobre talento
Deixas-me deliciada
Com a nossa Amizade
Que faço o meu benzimento
P’la nossa prosperidade

 
Já o poeta dizia
Perante dons como os teus
De engenhosa fantasia
E para além dum altruísta
Pois és um anjo de Deus
Já que tens alma da artista

 

 

Ilustração/Arte de Miguel Matos

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