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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Nos Olhos Das Sevilhanas | Maria Albertina Natividade da Purificação





 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 





Sempre muito salerosa
Peineta na cabeleira
Alegre e muito vistosa
Que até metia sainete
Sem que me desse canseira
Ai aprendi a dançar
Esta moda em Alcochete
Esta moda popular

 

É própria da Andaluzia
Com palmas e com gracejos
Com vigor e alegria
Ai tocava castanholas
Nesta dança dos desejos
Dos desejos das espanholas

 

E roçava os tacões
Onde no palco solavam
No brilho das seduções
Em mestra sensualidade
E as minhas saias rodavam
Com careos de emoções
Sentida cumplicidade

 

Com quatro coplas ou partes
Pasos e também pasadas
Com careos com remates
Música no entremeio
Assim mesmo são dançadas
No clamor do galanteio

 

Nos olhos das Sevilhanas
Passeiam-se as tentações
Quase que são levianas
Ligeiramente atrevidas
Com fortes instigações
Chamamos pois à primeira
A das pasadas seguidas
Com graça na brincadeira

 

Depois lá vem a da roda
Nesta dança andaluza
Ritmada é esta moda
Entre músicas e canto
E não há quem não seduza
No rodar com tanto encanto

 

E a terceira por seu lado
Sonante apetecida
É a do sapateado
Ai tão temperamental
Faz da festa uma vida
Que os tacões fazem-se ouvir
Marcando o tom ritual
Da paixão por descobrir

 

E a quarta a finalizar
A dos careos garbosa
Com a guitarra a rasgar
Os tempos da pandeireta
Tal como as outras, briosa
E no estilo se improvisam
Requebros de silhueta
Que os corpos se rodo pisam

 

Tenho o leque junto ao rosto
Para com ele me abanar
E quando me dão um tal gosto
De um gesto namoradeiro
Só me apetece dançar
E salto para o tablado
E dou-me de corpo inteiro
Que p`ra viver tenho ganas
E entrego a alma ao bailado
Nos olhos das Sevilhanas

 

 

 

(ILUSTRAÇÃO/ ARTE DE MIGUEL MATOS)


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