Sempre muito salerosa
Alegre e muito vistosa
Que até metia sainete
Sem que me desse canseira
Ai aprendi a dançar
Esta moda em Alcochete
Esta moda popular
É própria da
Andaluzia
Com palmas e
com gracejosCom vigor e alegria
Ai tocava castanholas
Nesta dança dos desejos
Dos desejos das espanholas
E roçava os
tacões
Onde no palco
solavamNo brilho das seduções
Em mestra sensualidade
E as minhas saias rodavam
Com careos de emoções
Sentida cumplicidade
Com quatro
coplas ou partes
Pasos e também
pasadasCom careos com remates
Música no entremeio
Assim mesmo são dançadas
No clamor do galanteio
Nos olhos das
Sevilhanas
Passeiam-se as
tentaçõesQuase que são levianas
Ligeiramente atrevidas
Com fortes instigações
Chamamos pois à primeira
A das pasadas seguidas
Com graça na brincadeira
Depois lá vem a
da roda
Nesta dança
andaluzaRitmada é esta moda
Entre músicas e canto
E não há quem não seduza
No rodar com tanto encanto
E a terceira
por seu lado
Sonante
apetecidaÉ a do sapateado
Ai tão temperamental
Faz da festa uma vida
Que os tacões fazem-se ouvir
Marcando o tom ritual
Da paixão por descobrir
E a quarta a
finalizar
A dos careos
garbosaCom a guitarra a rasgar
Os tempos da pandeireta
Tal como as outras, briosa
E no estilo se improvisam
Requebros de silhueta
Que os corpos se rodo pisam
Tenho o leque
junto ao rosto
Para com ele me
abanarE quando me dão um tal gosto
De um gesto namoradeiro
Só me apetece dançar
E salto para o tablado
E dou-me de corpo inteiro
Que p`ra viver tenho ganas
E entrego a alma ao bailado
Nos olhos das Sevilhanas
(ILUSTRAÇÃO/
ARTE DE MIGUEL MATOS)
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