(Dedicado ao
FacebooK)
Queriam-me apagar a voz
Mas se eu cá sou precavida
Nem me deixaram feroz
Pois se me pus na risota
Por sinal fiquei estendida
Com tamanha cambalhota
E se eu sou
bem-humorada
Ai, nem esperem
p’la demoraQue não me dou por achada
Vai-se a ver foi tudo ao ar
Não me vou daqui p’ra fora
Vou antes recomeçar
Vou-me deitar a
escrever
Sempre fiz
aquilo que pudeMelhor soubesse fazer
Melhor fazia afinal
Pois se tenho por virtude
Ser filha de Portugal
E honrarei o
meu país
Com o meu
poetizarP’ra que ele possa ser feliz
Numa boa gargalhada
Mesmo que o faça brincar
É p’ra que lhe aches piada
E apesar de ser
brejeira
De ninguém faço
capachoGosto até da brincadeira
Não deito ninguém abaixo
Dos fracos não
reza a história
Sete vidas como
os gatosFaço de cada uma glória
E canto a liberdade
Vós é que sois uns ingratos
Nem dela têm saudade
Eu vendo humor
e ternura
Pois se até os
dou de graçaP’ra acabar com a ditadura
Parece dissimulada
E dá-me dó da desgraça
Da desgraça engravatada
Falo demais,
temos pena
Mas sinto-me
aliviadaNão tenho a alma pequena
E por sinal sou humana
Inquieta acalorada
Se acaso sou lusitana
Já quis ser uma
princesa
Aquando eu era
novataDeixei pois a realeza
Coisas vulgares e banais
E agora sou Democrata
Luto por tais ideais
E até faço com
jeitinho
Por mim e por
toda a genteEm nome do Zé Povinho
Não te dê p’ró faniquito
E muito educadamente
Toma lá mais um manguito
(ILUSTRAÇÃO/ARTE
DE MIGUEL MATOS)
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