Vai-se a ver, que não me calo
Têm medo do que eu falo
Mas se poetizo a verdade
Pois queremos um mundo novo
Com a palavra Liberdade
Com a palavra Liberdade
Que por sinal somos críticosPois viva a fraternidade
E direi com ironia
Que estes nossos políticos
São pois duma hipocrisia
Só nos querem degolar
E ai pois daquele que cair
Nos cuidados de hospital
Pois só se vai desgraçar
E eles ficam-se a sorrir
À cabeça oito contos
Isto em dinheiro antigo
Mas eu não me irei calar
Pois se eu cá fiz os descontos
E ando neste desabrigo
Se adoecer pressenti
Não tenho como pagarPois isso já descobri
Olha o conto do vigário
Acabo então por morrer
Nem tenho como aviar
Pois vejam bem esta forma
Todo o meu receituário
E assim se vai a reforma
Minha prima Umbelina
Pois se já está a opinarVai mais a ti Albertina
Vamos fazer a revolta
Pois há perigo duma peste
E quem morrer já não volta
E haja quem se manifeste
Afinal que o povo unido
Faça uma revoluçãoP’ró governo ser banido
Pois do seu próprio covil
Contra a voz da opressão
Havemos de lá chegar
E que haja um novo Abril
P’ra podermos respirar
(ILUSTRAÇÃO/ARTE DE MIGUEL
MATOS)
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