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sábado, 20 de julho de 2013

Ao Miguel V | Maria Albertina Natividade da Purificação


 
 
 
 
 
 
 





 
 






















AO MIGUEL

 

Queres saber que vejo em ti
Para seres tão especial
Se nunca te conheci
Por sinal pessoalmente
Crê que aqui no virtual
Vê-se mais profundamente

 
Nas palavras que trocamos
Vão dádivas de honestidade
E ao cuidarmos prezamos
O que há de bom em nós
E num hino à amizade
Cantamos a uma só voz

 
É sublime o teu talento
Meu querido filho adorado
Mas apraz-me o sentimento
Com o qual me tens tratado

 
És primoroso, gentil
Delicado, genial
Que pena estares no Brasil
E eu aqui em Portugal

 
Pena ainda eu não ter filhas
P’ra sermos aparentados
Tratava pois das partilhas
P’ra te prendar com um dote
Mas se só tenho uns trocados
Fazias-me logo um mangote

 
Não que te acho interesseiro
Mas como és tão interessante
Dás pois um belo cavaleiro
Por sinal abrasonado
E se já és importante
Imagino o mulherio
Que não te deixa largado
Faço ideia o corrupio

 
Ofereço-te a minha nora
Mas ficas mal aviado
Ó menos ia-se embora
Pois se só de a ver me canso
Tenho um filho mal casado
Saiu-me um corno manso

 
E nunca foi boa rês
Não gosta de trabalhar
Pois nem eu por minha vez
Mas sempre fui trabalhando
E p’rá poder sustentar
Meteu-se no contrabando
Que às vezes até dá dó
Mais valia alimentar
Dois burros a pandeló

 
Sei que dela não me safo
E ponho-me a divagar
Não passa de um desabafo
E eu que só te quero bem
Tinhas que te penhorar
P’ra sustentá-la também

 
Pois não te invejo tal sorte
Ficavas logo falido
Era quase a minha morte
Ao ver-te então deprimido

 
É pena seres assim novo
Que a minha prima Umbelina
Apesar de ser do povo
Dava uma bela patroa
Tal como a ti Albertina
É uma excelente pessoa

 
E isso já me convinha
P’ra sermos aparentados
Seria a vossa madrinha
E nem me leves a mal
A estes meus floreados
Mas iria ser baril
Ou vinhas p’ra Portugal
Ou nós então p’ró Brasil

 
Como vês vivo ansiosa
Por te poder conhecer
Alma nobre e maviosa
És por sinal engenhoso
E é esse modo de ser
Que te faz tão precioso

 
Não posso dissociar
Quem tu és, dos teus talentos
Ir-te-ia enganar
Pois estaria a ser farsista
Gosto dos teus sentimentos
Com a tua alma de artista

 
E são seis da madrugada
Horas do galo cantar
E eu estou tão entusiasmada
Que nem me consigo ir deitar

 
Mas se afinal tem que ser
Cá me vou eu despedir
Que já está amanhecer
E p’ra ser então honesta

 
Ai mais logo, mal me sinto
E se hoje é dia de festa
Vou primar no vestuário
P’ra celebrar com o Jacinto
Pois mais um aniversário

 

 

Ilustração/Arte de Miguel Matos

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