Ora viva a
todos vós
Pois se acordo
entusiasmadaE canto a uma só voz
Com a alma enrouquecida
Posso parecer acordada
Mas estou meio adormecida
Por sinal dormi
à pressa
Mas estou
sempre bem-dispostaE parece uma promessa
Pois tenho que vir espreitar
E mesmo assim descomposta
Com o cabelo por pentear
Ai tornei-me
viciada
Não sei o que
hei-de fazerLevo a vida desnoitada
Ando branca, cor do estuque
E logo ao amanhecer
Agarro-me ao facebook
E passo a vida
a correr
A carregar com
o andorE assim mesmo tem que ser
P’ra fazermos frente à vida
Ai, e ligo o computador
Fico pois mais divertida
Se não tenho
enviuvado
Havia de ser
bonitoTinha o caldo entornado
Com a casa por arrumar
E se ele era p’ró esquisito
Tinha que o endrominar
P’ra comer está
complicado
Tem que ser a
engolirPois que o tempo está contado
Não perca o fio à meada
P’ra me poder distrair
E até rir à gargalhada
Meu doce e
pobre marido
Que me vinhas
empatarPois se tens sobrevivido
E não digo isto a ninguém
P’ra me andares sempre a espiar
Há males que veem por bem
Afinal foi o
destino
O destino que
Deus quisIa ser um desatino
Tanta roupa por passar
Ias torcer o nariz
Com a loiça no alguidar
Vá lá que a
minha Umbelina
Anda bem
intencionadaPois se me fez a fascina
E eu que lhe queria pagar
Foi na semana passada
E ela não quis aceitar
Fica então
enciumada
Com as minhas
amizadesDiz que estou sempre calada
E assim mesmo tem que ser
Pois p’las minhas felicidades
Tenho que me concentrar
Se não ponha-me a escrever
O que estou a conversar
Havia de ser
jeitoso
Uma coisa
engraçadaTudo muito curioso
Com a nossa codrelhice
E sem perceberem nada
Tinha um cheiro a trapalhice
Agora vou
terminar
Pois quero ver
se não falhoTenho assuntos a tratar
E nem me posso entreter
Pois tenho que ir para o trabalho
O que é que eu posso fazer?
Vou-me apenas
despedir
Pois vou ter
que me ir emboraVoltarei quando sair
Afinal dos meus cansaços
Não vejo chegada a hora
Deixo beijos e abraços
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